O líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossudo Momade, deu as caras, hoje, após longos meses sem aparecer nos holofotes, principalmente em Maio, quando a ala já desmilitarizada do partido assaltou a sede do partido e o seu gabinete exigindo a sua renúncia.
Ossufo Momade emerge das tocas com dedo contra o Estado e a comunidade internacional
O ressurgimento do Presidente da RENAMO trouxe consigo expectativa sobre como acalentar as preocupações dos antigos guerrilheiros da formação política.
Durante a abertura da IV Reunião da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE) Momade, procurando ilibar-se da responsabilidade da desonra financeira dos antigos guerrilheiros, apontou o dedo ao Estado, e acusou a comunidade internacional de apatia.
Aquele grupo exige a renúncia de Ossufo Momade por, entre outros, não ter assegurado que a totalidade fosse abrangida pelas pensões de reforma negociadas no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
“Não é a RENAMO, muito menos Ossufo Momade quem define e paga os valores das pensões. É dever do Estado, através do Governo, materializar todo o processo de pensões” esclareceu, para, em seguida, culpar à comunidade internacional.
“Lamentavelmente, não estamos a ter os resultados das promessas da comunidade internacional, que era representada, nas negociações, pelo embaixador Mirko Manzoni” disse.
Ainda assim, frisou que se deve manter a postura de diálogo contínuo das partes envolvidas no processo de DDR.
Não foram substituídas as pessoas indicadas por Afonso Dhlakama para negociar o DDR e nem foram alterados que já tinha sido acordado, assegurou.
“Antes, pelo contrário, tudo fizemos para os combatentes e desmobilizados no âmbito do DDR tivessem pensões de reforma e acesso a projectos de rendimentos que não estavam previstos nos entendimentos” disse.
E, para justificar rumores de ele próprio ter desviado valores destinados aos desmobilizados, assegurou que se quer alguma vez os recebeu, e desafiou a apresentação de provas.