Imunidade de Venâncio Mondlane Pode Ser Suspensa em Moçambique

O futuro político e judicial de Venâncio Mondlane, segundo candidato presidencial mais votado nas últimas eleições, está sob os holofotes em Moçambique. 


Imunidade de Venâncio Mondlane Pode Ser Suspensa em Moçambique

Advogados ouvidos pela mídia local afirmam que a sua imunidade como membro do Conselho de Estado pode ser levantada, permitindo que ele seja julgado pelas graves acusações que enfrenta. A imunidade de Mondlane, de acordo com o advogado Benedito Cossa, não é absoluta.

 Ela o protege de ser preso ou detido sem uma autorização específica do Conselho de Estado, a menos que os crimes sejam cometidos em flagrante delito e prevejam penas de prisão majoritárias."Para que os procedimentos criminais continuem, é necessária a autorização do Conselho de Estado", explicou Cossa, comparando a situação à de membros do parlamento.

"Se o Conselho não decidir por uma suspensão, o processo será interrompido até o fim do seu mandato."

Acusações e Conflito Pós-Eleitoral

Mondlane é acusado de cinco crimes, incluindo incitamento ao terrorismo, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão. O Ministério Público alega que, nos protestos pós-eleitorais, as suas declarações pedindo uma "revolução" provocaram "pânico" e "terror" na população, resultando em mortes e mergulhando o país no caos.

O contexto das acusações é o de uma profunda agitação social em Moçambique, após Mondlane rejeitar os resultados das eleições de outubro. Segundo organizações não-governamentais, os confrontos com a polícia resultaram em cerca de 400 mortos e na destruição de propriedades.

A situação só acalmou após Mondlane e o presidente eleito, Daniel Chapo, iniciarem conversações para pacificar o país.

Atraso na Posse e a Presunção de Inocência

Apesar de as acusações serem sérias, o advogado Ivan Maússe reforça o princípio da presunção de inocência

O fato de ele estar enfrentando acusações criminais não o impede de assumir o cargo no Conselho de Estado", explicou. 

No entanto, a sua posse, que deveria ter ocorrido em até 60 dias após o anúncio dos resultados eleitorais, ainda não foi realizada, o que os advogados consideram um atraso injustificado.

Como membro do Conselho de Estado, Mondlane teria jurisdição especial, sendo julgado pelo Supremo Tribunal. A primeira reunião do conselho para o mandato atual, programada para junho, foi cancelada, deixando em aberto a questão de quando e se a posse dos novos membros ocorrerá.

DEIXA SEU COMENTÁRIO OU OPINIÃO É TÃO IMPORTANTE!

Postagem Anterior Próxima Postagem